Cunnus

Cunnus

domingo, outubro 27, 2013

Prazer

Nús, de pé, perto um do outro, tão perto que consigo sentir o calor que emana do teu corpo, os pelos do teu peito quase roçam a minha cara, o teu cheiro invade o meu espaço e torna-se difícil não me agarrar a ti.
A tua mão não toca o meu cabelo, não toca o meu rosto, os meus lábios. O calor da tua mão que não toca o meu seio arrepia-me, faz-me ficar com pele de galinha. O calor da tua erecção quase toca o meu ventre e só não te toco porque não o permites, gostas de me ver expectante, quase desesperada, enquanto aguardo que te refasteles no mar do meu desejo por ti. Gostas de ver o meu longo prazer enquanto me tocas calmamente entre as pernas e eu, completamente rendida, me abro para ti, mostrando-te que sou a tua fêmea.
Sinto a tua mão subir à medida que a deixas roçar as minhas coxas. Sinto-me a arder. Não ouso abrir a boca nem aparentar grande prazer com medo que pares, como forma de me castigares pelo meu gozo fácil: faz parte do jogo e tu és jogador exímio, sabes fazer-me perder a cabeça, o pé, o chão, o tino, o norte, toda e qualquer referência. Sabes fazer-me sentir a tua presa, completamente subjugada à tua capacidade de me dares prazer.
Enquanto me rodeias, olhas-me como se fosses um lobo mau, como se me fosses comer. Ao passares pelas minhas costas um dos teus dedos segue o contorno das minhas nádegas e gemo baixinho, queria poder imprimir-me contra o teu pénis erecto, grande, forte, quente, quente, quente, mas tu não deixas, costumas dizer que sou gulosa de mais e gostas de me fazer esperar, de me veres nua, de pé, pernas afastadas, enquanto que pelas minhas coxas abaixo escorre o sinal óbvio da minha excitação. Chamas-me lesma, dizes que deixo baba e rematas o teus argumentos com os teus dedos rodeando o meu clítoris devagarinho, devagarinho, quase sem me tocarem. Com a outra mão apertas-me um mamilo, empurras-me contra a parede, de costas para ti, com o peso do teu corpo encostado a mim, o teu pénis erecto entre as minhas nádegas, os teus dentes no meu pescoço enquanto os teus dedos entram em mim, fundo, mexem-se dentro de mim, o teu polegar no meu clítoris e o teu mindinho a roçar o meu ânus, sem entrar. Não consigo evitar e empurro-me contra a tua mão, num ritmo cada vez mais constante, e tu olhas para mim, a ver o meu gozo estampado nos meus olhos fechados, a boca entreaberta enquanto gemo de prazer.
De repente tiras a tua mão de mim, afastas-te e, ao abrir os meus olhos, vejo-te com um sorriso perverso, dominador, perante o meu ar suplicante. Viras-me para ti e empurras-me de costas contra a parede, a tua mão no meu pescoço aumenta a pressão de uma forma constante, a falta de ar deixa-me mais excitada e apercebes-te facilmente disso, o ar e as minhas pernas estão impregnados do meu prazer. Limpas-me, chamas-me impaciente, a eterna gulosa. Puxas-me para ti e beijas-me, apesar de dizeres que não és grande beijador, a tua boca na minha faz-me perder a força nas pernas, sempre foi assim.
Afastas-me as pernas, beijas-me o queixo, o pescoço, os ombros. A tua boca grande agarra grandes bocados de mim enquanto me beijas, me mordes, me lambes, descendo ao fundo da minha loucura. Afastas mais ainda as minhas pernas e, de joelhos entre elas, cheiras-me como se assim conhecesses o tamanho do meu prazer, o teu nariz quase a tocar a minha humidade, o teu bafo quente, a ponta da tua língua a roçar-me fugidia. Arqueio o meu corpo e levantas os olhos, vês o meu ar de antecipação, sorris e bruscamente puxas as minhas nádegas e a tua língua  entra dentro mim, quente, dura, hirta. Tira-la para me lamberes e essa curta interrupção do teu toque causa-me angústia. Lambes-me devagar, como se estivesses a comer um gelado que se derrete no cone, com a língua toda, aberta. Puxo a tua cabeça para mim e é tão bom!
Enquanto me comes dás-me fome de ti. Peço-te para parares. A tua erecção seduz-me, hipnotiza-me. Não suporte o 69 porque não me consigo concentrar no prazer que te dou, e é isso que me dá mais prazer a mim. Deito-me ao teu lado, a cabeça no teu colo, a tua cabeça ao alcance da minha boca. Abro-a o suficiente para te deixar entrar mas evito o contacto. Quero dar-te um gostinho do teu próprio veneno mas acaba por ser uma síntese dos nossos jogos iniciais, não me vou conseguir conter - nem quero - durante muito tempo. O cheiro do teu pénis e dos teus testículos é diferente do do resto do teu corpo, mais doce, mais...
Tenho metade de ti na minha boca sem te tocar. Enrosco a minha língua à tua volta e tu estremeces com este primeiro contacto. Gemes por um momento, a tua mão na minha cabeça brinca com os meus cabelos, fazes-me uma festa que me arrepia de suor. Cerro os lábios, tomo-te inteiro, fundo, sinto-te pulsar dentro da minha boca, afasto-me lentamente e chupo a tua cabeça no fim.
Sento-me em cima de ti, os dois abraçados e o teu pénis penetra-me milímetro a milímetro, enquanto me comes com beijos. As tuas mãos tornam os sítios banais do meu corpo em recantos facilmente excitáveis, toda a minha pele é uma zona erógena, o calor da tua respiração é suficiente para me fazer suspirar. Sinto-te tão apertado dentro de mim e à medida que vais entrando vêm-me lágrimas aos olhos, de um prazer tão intenso que me derrete. Quando finalmente te tenho todo dentro de mim fico muito quieta só por um instante, a medir o teu volume, a tua matéria, calor, força, a medir-te em mim. A tua mão passa lentamente pelas minhas costas e os mexemo-nos devagar, faço círculos com o corpo para poder roçar-me na tua púbis, até que o som que produzimos nos faz rir.
Olhas-me como se agora fossemos tratar de coisas mais sérias. Agarras-me pelos quadris e conduzes-me, em cima de ti, uma das tuas mãos no meu clítoris e fazes-me perder a noção de tudo, quero esfregar-me nessa mão, quero vir-me nessa mão, no teu corpo. Penetras-me rápido e com força enquanto contemplas o meu orgasmo, o fazes prolongar-se e multiplicar-se. Deitas-me na cama, rabo levantado, comes-me sem pressa, fazendo turismo por uma série de variantes, provocando-me outros orgasmos. Deitado, atrás de mim, ouço o sussurar do teu desejo, peremptório e rouco, quero comer-te o cú. Digo que sim, mais pelo arrepio que sinto por não não haver nada de suplicante na tua voz e por te dar prazer que por acreditar nos prazeres da sodomia. O prazer não se suplica, é o que eu penso, o prazer conquista-se, negoceia-se, joga-se, tudo menos suplicar, a não ser que isso faça parte do jogo. Quem tem de suplicar prazer está sempre em desvantagem. Tenho medo, dói, respondo. Talvez por isso prefiro ser eu a controlar a penetração. A tua barba no meu pescoço, os teus dentes nos meus músculos, a tua voz na minha cabeça, sempre no mesmo tom. Relaxa, dizes, confia em mim, está tudo bem. Em segundos, e enquanto me masturbas, a dor passa de insuportável a imprescindível para um prazer louco. Um prazer tão sublime que te acompanho no teu ritmo firme e rápido e fundo, próximo do orgasmo e eu venho-me ainda mais uma vez. Logo depois ouço o teu gemido longo e sabe bem sentir-te relaxar do meu lado, os dois ofegantes, os dois sorrindo, os dois satisfeitos.

5 comentários:

  1. ** Feliz e Erótico Natal **

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  2. Que maravilhosa descrição...Nunca li algo tão lindo...
    Parabéns !

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  3. fiquei boquiaberto...que descrição tão romântica e sexual em simultâneo. Dá para notar a cumplicidade e confiança implícita.

    Meus sinceros Parabéns

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  4. Excelente descrição, quase que dá para saborear

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  5. Obrigada pelos comentários. Foi sentido, este texto, não me canso de o ler, aquece-me por dentro de cada vez!

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